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domingo, 27 de fevereiro de 2011




Flor de Luz।
Hoje... um lindo dia de primavera.
As flores já acordam do longo inverno,
perfumando o ar, ao seu redor..
dando um toque de alegria e de vida.

Olhando as flores lembrei-me de você,
uma linda flor do meu jardim,
sempre a perfuma-lo e alegra-lo
com seu sorriso,
Contudo ...quase você não volta
a florir nesta primavera,
O inverno fora demasiado rigoroso contigo,
e fragilizada, sucumbiu a tristeza e a dor da solidão,
Sentindo sua tristeza e a falta
da sua alegria em meu jardim,
fui buscar-te, encontrei-te prostrada,
quieta em seu silencio, quase sem vida,
vendo-a assim,
dei de mim o meu melhor esforço,
meu carinho e amor,
até que você voltou à vida,
e com sua volta, a alegria do seu sorriso,
e o perfume do seu amor, novamente
encheram de beleza, luz e alegria o meu jardim.
Bem vinda de volta ao seu jardim Flor de Luz.

R.A.S
10/10/09

Cachoeiras

A cachoeira


Castro Alves

Mas súbito da noite no arrepio

Um mugido soturno rompe as trevas...

Titubantes — no álveo do rio —

Tremem as lapas dos titães coevas!...

Que grito é este sepulcral, bravio,

Que espanta as sombras ululantes, sevas?

É o brado atroador da catadupa

Do penhasco batendo na garupa!...

Quando no lodo fértil das paragens

Onde o Paraguaçu rola profundo,

O vermelho novilho nas pastagens

Come os caniços do torrão fecundo;

Inquieto ele aspira nas bafagens

Da negra sucr'ruiúba o cheiro imundo...

Mas já tarde... silvando o monstro voa...

E o novilho preado os ares troa!

Então doido de dor, sânie babando,

Co'a serpente no dorso parte o touro...

Aos bramidos os vales vão clamando,

Fogem as aves em sentido choro...

Mas súbito ela às águas o arrastando

Contrai-se para o negro sorvedouro...

E enrolando-lhe o corpo quente, exangue,

Quebra-o nas roscas, donde jorra o sangue.

Assim dir-se-ia que a caudal gigante

— Larga sucuruiúba do infinito —

Co'as escamas das ondas coruscante

Ferrara o negro touro de granito!...

Hórrido, insano, triste, lacerante

Sobe do abismo um pavoroso grito...

E medonha a suar a rocha brava

As pontas negras na serpente crava!...

Dilacerado o rio espadanando

Chama as águas da extrema do deserto...

Atropela-se, empina, espuma o bando...

E em massa rui no precipício aberto...

Das grutas nas cavernas estourando

O coro dos trovões travam concerto...

E ao vê-lo as águias tontas, eriçadas

Caem de horror no abismo estateladas...

A cachoeira! Paulo Afonso! O abismo!

A briga colossal dos elementos!

As garras do Centauro em paroxismo

Raspando os flancos dos parcéis sangrentos.

Relutantes na dor do cataclismo

Os braços do gigante suarentos

Agüentando a ranger (espanto! assombro!)

O rio inteiro, que lhe cai do ombro.

Grupo enorme do fero Laocoonte

Viva a Grécia acolá e a luta estranha!...

Do sacerdote o punho e a roxa fronte...

E as serpentes de Tênedos em sanha!...

Por hidra — um rio! Por áugure — um monte!

Por aras de Minerva — uma montanha!

E em torno ao pedestal laçados, tredos,

Como filhos — chorando-lhe — os penedos!!!...


segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Anjo Caido




Anjo Caído


Hoje, olhando te vi,

há muito te via,

mas não te reconhecia...

contristado lembrei-me de ti,

eras bela e graciosa,

no jardins das flores,

eras a mais formosa,

Mas o tempo cobrou seu tributo,

com tudo não fora o tempo a destruir-te

perdeste o halo que te iluminava,

saíste do pedestal angelical,

se misturaste a turba inconsciente,

e com ela se deixaste levar,

agora seu rosto já não brilha mais,

seus pensamentos já não mais são de pureza,

pois eles se foram com seu halo luminoso,

sobraram somente as sombras dentro de ti,

sombras que se revelam em seu semblante...,

em seu olhar triste e perdido

no horizonte distante,

hoje és um anjo ainda, guardas

tudo que foste outrora

no âmago do seu ser,

apenas deixaste os entulhos

do mau viver turvar a limpidez,

do seu íntimo, assim

não espelhas mais a beleza de dantes,

És agora um anjo caído,

entregues as paixões e devaneios,

sonhas com as paradisíacas paisagens

que ficaram encobertas

pelas trevas do seu ser,

pois em seu íntimo sabes

que retornarás aos dias de glórias,

e com certeza voltará a

ostentar o brilho de luz nos olhos,

seu coração não mais

se turvará diante da trevas matérias,

e depois de muito sofrer se

elevará sobre a dor,

e tal como a Fênix,

renascerá de ti mesma,

pra sua grandeza e

grandeza do Pai que te criou,

Levante-te ó filha do céu,

ergue seus olhos para o infinito,

e contempla sua morada, a casa do Pai Misericordioso ,

que te aguarda o retorno,

vitoriosa sobre ti mesma,


nimbada de luz e perfeição.



06/02/2008



R.A.S